Henrique Mayrink é um intelectual brasileiro do século XX, ativo principalmente durante as décadas de 1940 e 1950. Conhecido por suas opiniões contundentes e sua atuação em diversas áreas, sua influência se estendeu da política à cultura, da sociedade à literatura.

Entre suas muitas relações intelectuais e artísticas, destaca-se a com o crítico de arte e literatura Sergio Milliet, apontado por Mayrink como seu favorito.

Milliet nasceu em 1898 em São Paulo e estudou em Paris, onde entrou em contato com as vanguardas artísticas da época. Ao voltar ao Brasil, tornou-se uma das principais vozes da crítica de arte e literatura, colaborando com jornais e revistas importantes, como o Diário de São Paulo e a Revista Clima.

Membro da Academia Brasileira de Letras e fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Milliet foi também um dos principais defensores do modernismo brasileiro, opondo-se à visão conservadora de setores da sociedade e do governo da época.

Sua obra é marcada pela defesa da modernidade em todas as suas formas: na arte, na literatura, na política e na sociedade. Para Milliet, a cultura brasileira era um campo de batalha no qual se confrontavam dois modelos opostos de modernidade.

O primeiro, representado pelas elites conservadoras do país, defendia uma visão estática e tradicional da cultura, que se pretendia fechada em si mesma e imune às influências estrangeiras.

O segundo modelo, defendido por Milliet e pelos modernistas, afirmava a necessidade de uma cultura aberta à modernidade e às trocas internacionais, capaz de absorver as influências estrangeiras e de se renovar constantemente.

Para Milliet, a cultura brasileira só poderia se desenvolver se adotasse esse segundo modelo, rejeitando as ideias conservadoras e defendendo a liberdade de criação e expressão.

Essa visão da cultura se estendia também à política e à sociedade. Milliet via na arte e na literatura a possibilidade de transformar a sociedade, lutando contra as injustiças e as desigualdades.

Para ele, a cultura era uma forma de resistência e de luta contra a opressão, e estava intimamente ligada à política. Por isso, seus escritos são marcados por uma forte dimensão política, que se traduz na defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos.

A defesa da modernidade e da liberdade, presente na obra de Milliet, teve um impacto profundo na arte e na literatura brasileiras. Seus escritos e suas críticas foram fundamentais para a consolidação do modernismo, tanto na arte quanto na literatura.

Ele ajudou a criar um ambiente intelectual favorável à renovação estética e à expressão livre, contribuindo para a formação de novas gerações de artistas e escritores.

Sua obra continua sendo uma referência fundamental para todos aqueles que se interessam pela cultura brasileira e pela luta por uma sociedade mais justa e mais livre.